A menina e seu brinquedo

Minha pequena dos cachos de vento,

ao teu desejo, sucumbe toda força. Voraz e ingênua atacas o objeto. Revira-o, aperta-o, torce-o: explora-o! Mas num golpe, em revolta, ele ataca. Prende-se a ti. Enrosca-se em tua mão
vigorosa e fagueira. Mas não te intimidas e, num contragolpe, revira-o. Subjugando-o, tu o dominas! Mordes, arranhas, pressionas. Às asas do bicho, reservas o pior: amassa-as com tamanha força que se pode ouvir o som do celofane contorcido. E para disciplinar-lhe, humilhando-o, o deixas. Caído, sem ser, sem dor. E parte — com teu desejo implacável e essa obstinação admirável — para outro objeto.


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