Para morrer de amor...

Li hoje um poema de Carlos Drummond de Andrade que me deixou sem palavras, profundamente tocada. Perfeito!

Viva, Carlos Drummond de Andrade!


Destruição

Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.

Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.

Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.

E eles quedam mordidos para sempre.
deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.



Fiquei apaixonada só de ler!

Comentários

  1. Parabéns amiga! Seu blog ganhou um "super up grade" desde a última vez que estive aqui. De fato Drummond é mesmo apaixonante...
    Saudades,
    Bjs.

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  2. Sabe que é curioso, vi pouca gente escrever com tanta propriedade sobre o Amor como o Drummond... escorpiano danado!! Sempre que eu leio essas coisas dele, me encanto e concordo.

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  3. Perfeitos versos, Drummond...
    Quanto bom gosto, o seu.

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