"Ele"

Desde que eu nasci, ele estava ali. Foi o primeiro a chegar, quando ainda nem sonhava que poderia existir. Por um bom tempo, ignorei sua presença. Quando a notei, não sabia a sua importância. Então veio a escola, vieram os amigos, as responsabilidades e eu percebi que não era possível existir sem ele. Mas só quando chegou o primeiro amor é que eu compreendi o quanto ele significava! Ai, o amor! Passou o primeiro, chegou o segundo e a roda viva do apaixonar-se não teve fim. Quantos e quantos pares eu imaginei para ele?

Chega, então, a maturidade. Não é mais só a paixão que importa, as combinações possíveis. Existe algo mais. Algo muito maior. Sabe, uma daquelas poucas coisas na vida que a gente pode dizer que é "intrínseca"? Ele é assim: intrínseco. Tão próximo, tão dentro, tão presente, tão a gente!!! Certas vezes diz mais sobre nós do que o nosso próprio nome.

E a gente passa a olhar para os outros, iguais a ele, e a pensar na forte, intensa e extensa ligação que ele nos proporciona com tantas e tantas pessoas, tantas e tantas épocas, lugares, histórias, valores... Ele é imenso!

É quando chega o reconhecimento e o orgulho. Quando ele brilha, mesmo que não seja junto de mim, eu me engrandeço e deixo uma felicidade ímpar invadir meu espírito. Penso em todas as pessoas, tão amadas, que também o levam junto de si. Penso nas lembranças e na relação que, certamente, elas também têm com ele.

Faz parte de nós, da nossa história, da nossa vida, do registro que deixamos. Sobrenome é mais que um nome. É personalidade, identificação, paixão e história... muita história.

Thiebaut, Daniele.